3 conversaciones. Viendo del 1 al 3 1
(fragmento de meus relatos de viagem – de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais a Susques, Prov. de Jujuy – maio de 2005)Salta capital (Prov. de Salta), 10 de maio de 2005.Deus meu!!! Que lugar é esse chamado Salta? Que cidade impressionante os argentinos têm aqui? Cheguei ontem de Metán e o astral confere com as descrições positivas e otimistas de ERLER e RAUEN. É uma jóia rara encravada em pleno Vale de Lerma, zona de pré-cordilheira. Se a muralha nevada que avistei no dia de ontem ao chegar em Salta capital é zona de pré-cordilheira, acho que vou enfartar de tanta excitação ao ver a cordilheira, nos próximos dias. (...) O povo saltenho é o mais simpático que já conheci em toda a Argentina. Nem preciso de mais dias para chegar a esta conclusão. (...) Salta é uma tentação para o viajante em todos os sentidos. Há muitos museus, igrejas, praças, há um teleférico que leva ao Cerro San Bernardo, de onde se tem uma vista completa da cidade. Uma loucuuuuraaa!!! Não é a toa que a cidade é conhecida nacionalmente como "Salta, la linda". Hoje comprei uma pancada de cd´s de música folclórica, para garantir a trilha sonora do resto da viagem aos vales e a Jujuy. Com certeza paro aqui na volta para fazer "umas comprinhas" (vou encher minha caçamba de mercadorias). “Bueno, concluyendo, mis caros amigos, les digo nuevamente: Salta és imperdible, paraje obligatória para cualquier viajero. És la Argentina genuinamente española”.(…)Salta capital (Prov. de Salta), 11 de maio de 2005.Aí, pessoal, quisera ter inspiração para escrever algo legal a todos vocês. Quem viaja sem notebook sabe da dificuldade que é encontrar alguns minutos de sossego nesses "cybers" cheios de gente entrando e saindo, tropeçando em você, fumando na sua cara... Vamos ver se sai alguma coisa hoje. Salta é impactante, como já disse. Tudo nela tem estilo. A névoa seca que domina o céu nessa época do ano, a visão da pré-cordilheira a oeste, servindo de pano de fundo para as construções históricas do Centro, as folhas caídas no asfalto, graças aos primeiros sopros do outono... enfim, "Salta, la linda" respira arte. Sua gente não deixa por menos. Não encontrei nenhuma "pedra" em meu caminho. Drumond não encontraria subsídios para sua famosa poesia. Impressionante a quantidade de informações que a gente vai adquirindo a cada dia de conversa com os locais. Detalhes sobre as diferenças entre as províncias argentinas, sobre a idiosincrasia de ser argentino, sobre questões de ordem política, econômica e social... Enfim, viver a Argentina, país sobre o qual nós, brasileiros, temos uma visão absolutamente parcial e, por isso mesmo, muitas vezes equivocada. Nessa segunda travessia, agora sentido leste-oeste, começo a sair do limbo em relação ao tema. As províncias da região patagônica têm uma realidade muito distinta das províncias mesopotâmicas, que, por sua vez, se distinguem das províncias do noroeste argentino. O país é tão diverso quanto o Brasil. Salta está vivendo um boom no que diz respeito ao turismo. Lástima que nenhuma informação a respeito chegue ao Brasil. Em geral, diria que existe um ressentimento muito grande em relação ao centralismo que Buenos Aires exerce sobre as demais províncias argentinas. Esse fator parece ser uma unanimidade. Algo como a influência exercida pelo Estado de São Paulo e pelos paulistas. Afora esse dado, há também uma série de disputas regionais. Os “jujeños” (Prov. de Jujuy) rivalizam com os “salteños” (Prov. de Salta), os “tucumanos” (Prov. de Tucumán) assim o fazem com os “santiagueños” (Prov. de Santiago del Estero), e por aí vai... Dizem que Jujuy é a Bolívia argentina. A influência indígena dos descendentes dos incas é muito forte, fazendo da sua gente um povo mais fechado, reservado, se compararmos aos “salteños”. Bom, ainda não estive em Jujuy, posso estar me antecipando no juízo. Só sei de uma coisa: “me gustó muchisimo Salta y su gente”. (...) Até a próxima.Douglas Fernandes (e-mail: fernandes.douglas@gmail.com)